24.3.08

Uma Voz Desafinada

Que mania feia as músicas possuem de falar por mim. Quando menos espero, surge uma e canta as palavras “misturadas”, que até então só estavam escondidas no meu coração. Me sinto impotente e dominado com isso. As músicas tornam-se minha voz, e caso não fossem mais tocadas, eu ficaria silencioso pelo resto da vida. Chega a ser surreal o poder que elas têm de tirar as palavras da minha boca. Mas há momentos em que dá respostas e ajuda, situação bem comum nos edificantes cânticos Gospel. Também não tem nada melhor que criticar coisas através delas, como é o caso de Rosa de Hiroshima. E se eu quero ser louco, só ouvir um pouco de Raul Seixas. Até ai elas só me acrescentam. Entretanto percebo o quanto sou burro e dependo dessas músicas ladras pra me expressar, embora isso nem passe perto do maior problema. O que me dá medo de fato é quando elas me trazem a tona o que queria deixar trancafiado pra sempre lá no fundo do fundo. Foi o que aconteceu semana passada comigo, e fiquei desesperado quando me deparei com aquelas toneladas de verdades. Não só queria falar aquilo que estava absolutamente descrito na música, como queria gritar pra todo mundo ouvir! Mas se isso acontecesse eu seria a pessoa mais fraca desse mundo. Pra entender melhor, eu queria ser forte, e pra isso precisava não expressar as verdades, que estavam tão claras naquela melodia. Respirei... Calma José... Pra que ela foi acordar o desejo de berrar um sentimento que eu queria esconder? Filha da mãe! Porém eu tinha que ser mais forte que ela, e depois de respirar um pouco, me contive. Que falta de respeito essa letra ter entrado na minha vida sem pedir licença. Faltou pouquíssimo pra explodir, mas fechei o wmp e me senti a pessoa mais forte desse mundo.

Um comentário:

Brasnetto disse...

Que música foi essa hein? Poxa...