26.7.09

Eu quero ser índio?

Sinceramente, sabe qual é o problema? É desumano você dispender 75% ou 3/4 de seu tempo útil diário para o trabalho. Só vão restar 4 horas pra você dar um beijo no nariz do seu filho; entrar num curso de escoteiro pra aprender a fazer fogueira; sentar na calçada depois de uma corrida exaustiva para contemplar as folhas das árvores se mexendo; e colocar o mp4 no ouvido pra dançar descabeladamente a sua melhor música. Eu não quero viver pro trabalho. Não mesmo. Não acho justo. Mas já que ele é um mal necessário, não há outra opção a não ser ir em busca de fazer algo que o torne mais suportável. No meu caso, publicidade.
Há um projeto em trâmite no governo, pra diminuir a carga horário de trabalho de 44 horas semanais pra 40. Alguns dos nossos digníssimos e exemplares deputados acham isso inadmissível, principalmente no período de crise em que nós estamos, pois precisamos produzir mais para nos desenvolver. O pior é que eles estão certos. Mas o que fazer se o bolso dos empresários está em primeiro, segundo e terceiro lugar...
É nojento o fato de o dinheiro reger todas as relações sociais. Mas o socialismo não é a solução. Liberdade é pouco. O que eu quero não tem nome, ainda.

25.7.09

Isolamento

Devia existir um garoto que, como eu, também amasse os Simpsons e Baton, e que quisesse abraçar o mundo todo com seus singelos e quebradiços braços. Assim, eu não seria o único taxado por minha mãe como alguém que quer tudo ao mesmo tempo, que não dá atenção merecida a todas essas coisas e que não termina nada que começa. Conta-se a dedo o que concluí, segundo ela. Um foi o ensino médio e o outro será a faculdade de ADM, isto é, se não der aloka daqui pra lá.
Mas é sensato querer tudo, tudo, tudo pra si. Experimentar seria a palavra cunhada na parte branca da bandeira do Brasil. No entanto, isso se mostrou um problema quando eu quis todas, todas, todas as pessoas pra mim. Droga, isso é uma bosta. Carência é horrível. Precisar de pessoas pra se sentir completo é uma merda, apesar de eu ser um ser social. É foda ter que passar por cima de mim mesmo e dos meus princípios pra ter alguém. No meu caso, especificamente, eu tinha um grande problema: queria que todos me aceitassem. De acordo com um-livro-de-auto-ajuda-que-ganhei-no-meu-aniversário, eu estivesse querendo ser popular hoje - bem diferente daquele frutinha tímido que sempre chorava e nunca brigava na infância e na adolescência. O livro me sugeriu andar de mãos dadas com esse pirralho imaturo. O chamei para passear na cidade e o mostrei a realidade. Gente, isso me ajudou totalmente a me sentir auto-suficiente em relação às pessoas. É como se eu tivesse apertado o botão ‘foda-se’.
Mas ainda queria abraçar todos os quarenta da minha sala de Publicidade com meus singelos e quebradiços braços. De todas as mudanças positivas da conquista da auto-suficiência, essa eu não conseguia arrancar pela raiz. Eis que também consegui e era a isso que me referi no post Liberdade. Sim, consegui sentir o calor do sol e o verde da grama. E como em um efeito dominó, de quebra, parei de sentir necessidade mórbida de ter alguém pra amar junto de mim. Tudo bem que, nesta parte, eu tive uma ajudinha do amor que já sinto dentro de mim por uma certa pessoa. Vale lembrar que quero ter a amizade da galera de pub de uma forma diferente.
O que resta? Somente meu eu interior. Foi aí que eu descobri o quanto eu sou chato, bicho! Era inevitável eu não utilizar de artimanhas e armadilhas pra conquistar as pessoas no meu momento de carência. Era necessário maquiar esse mala aqui. Às vezes é desolador ficar sozinho comigo mesmo. Ainda bem que tu ainda gosta de os Simpsons e Baton.

21.7.09

Guilhotina

Por mim, eu deixaria meu cabelo crescer por mais seis iguais longos meses. Até lá, só iria aparando as pontas com uma tesoura de papel, ou uma gilette da Gilette. Eu nem ligo mesmo para rebeldia dessa criança. Até adoro ir à frente do espelho e assanhá-lo pra ficar parecido com um black power. Quem muito liga pra isso é toda minha família, que sempre fica dizendo que é uma desgraça um rapaz direito andar assim. Pois bem, fui ao cabeleireiro. Maquinei durante 1 semana a maneira que eu iria explicá-lo o jeito do meu corte - estilo Hitler - pois ele é um pouco feijão-com-arroz. Tive que adaptar para uma linguagem que ele estava acostumado a ter contato, já que seus clientes só fazem cortes normais. Haha! Foi super engraçada a cara que ele fez quando eu tentei explicar. Enfim. Alguns minutos antes de cortar, enquanto o esperava terminar de fazer os serviços nos moçoilos que chegaram antes de mim, eu peguei uma revista SUPER INTERESSANTE que estava jogada por perto, e comecei a folhear. Era uma edição de 2003 e a matéria da capa era sobre suicídio. Legal. Abri a revista e comentei comigo mesmo quanto a diagramação da SUPER era ruim naquela época - ainda bem que mudaram o editor chefe. Li umas pequenas matérias e cheguei nas páginas referentes à reportagem da capa. A primeira coisa que me chamou a atenção foi uma frase que estava em destaque, escrita mais ou menos assim: "as pessoas se suicídam porque suas vidas perdem sentido, pois já não têm ideais, sonhos e herois". Bingo, entendi aquela música de Pitty: "eu fui matando meus herois aos poucos, como se não tivesse nem uma lição pra aprender". Herois. Eu nunca tinha parado pra pensar qual a relação que nós temos com os nossos herois. Vi que tenho mandado todos os meus à guilhotina. Tasc! Tasc! Tasc! Como se eu num tivesse mais nada pra aprender. Tasc!
Meu estado atual é de desencanto. Até o amor, que eu tanto orava, perdeu a importância. Ainda amo? Amo, e como amo. Mas realmente perdeu a graça. Ah! que chata é a forma que o sistema todo funciona. Ah! que chata é a relação que temos aqui com todas as pessoas. Ah! que chato é a injustiça. Cansei e me desencantei. Nem sei qual a força que está me movendo.
Prova disso é que experimentei cigarro. É ótimo! principalmente Marlboro ICE (parece que estou chupando pastilha). Se eu começar a fumar na veras, só vou usar esse. E sou um artista fumando: controlo perfeitamente a fumaça que sai pelo nariz; dou batidinhas super elegantes pra bituca cair, etc... Mas e as consequências da fumo? Estou lidando com elas como uma forma de controlar minha morte, já que ficará mais claro do que eu posso morrer. E eu concordo que é uma forma de suicídio, que pessoas covardes, como eu, lançam mão. Mas fato: eu sou covarde, mas nem estou animado para aprender a ter coragem com meus herois. Que, por sinal, agora estão decaptados.
a p.s: por favor, não digam à mainha que eu experimentei cigarro.

Mudança de blog

Passei bons momentos no Idiotismo Esclarecido. Mas precisei me desprender dele, porque não estava conseguindo escrever mais 1 linha sequer. Não sei o porquê. No entanto, deixei todos os posts antigos neste novo.

2.7.09

Liberdade

Por Deus! É muito bom quando se arranca algo pela raiz. E não me refiro à carência que citei no post anterior, e sim à outra coisa que me atormentava. Sinto por não poder falar aqui o que aconteceu. Só quero mesmo gritar que estoy libre! libre! =D Libre vei! estoy libre! Livreee! Freeee!! caraleo. EU ESTOU LIVRE.
Agora estou sentindo o calor do sol.
E essa grama? como ela é verde!