25.7.09

Isolamento

Devia existir um garoto que, como eu, também amasse os Simpsons e Baton, e que quisesse abraçar o mundo todo com seus singelos e quebradiços braços. Assim, eu não seria o único taxado por minha mãe como alguém que quer tudo ao mesmo tempo, que não dá atenção merecida a todas essas coisas e que não termina nada que começa. Conta-se a dedo o que concluí, segundo ela. Um foi o ensino médio e o outro será a faculdade de ADM, isto é, se não der aloka daqui pra lá.
Mas é sensato querer tudo, tudo, tudo pra si. Experimentar seria a palavra cunhada na parte branca da bandeira do Brasil. No entanto, isso se mostrou um problema quando eu quis todas, todas, todas as pessoas pra mim. Droga, isso é uma bosta. Carência é horrível. Precisar de pessoas pra se sentir completo é uma merda, apesar de eu ser um ser social. É foda ter que passar por cima de mim mesmo e dos meus princípios pra ter alguém. No meu caso, especificamente, eu tinha um grande problema: queria que todos me aceitassem. De acordo com um-livro-de-auto-ajuda-que-ganhei-no-meu-aniversário, eu estivesse querendo ser popular hoje - bem diferente daquele frutinha tímido que sempre chorava e nunca brigava na infância e na adolescência. O livro me sugeriu andar de mãos dadas com esse pirralho imaturo. O chamei para passear na cidade e o mostrei a realidade. Gente, isso me ajudou totalmente a me sentir auto-suficiente em relação às pessoas. É como se eu tivesse apertado o botão ‘foda-se’.
Mas ainda queria abraçar todos os quarenta da minha sala de Publicidade com meus singelos e quebradiços braços. De todas as mudanças positivas da conquista da auto-suficiência, essa eu não conseguia arrancar pela raiz. Eis que também consegui e era a isso que me referi no post Liberdade. Sim, consegui sentir o calor do sol e o verde da grama. E como em um efeito dominó, de quebra, parei de sentir necessidade mórbida de ter alguém pra amar junto de mim. Tudo bem que, nesta parte, eu tive uma ajudinha do amor que já sinto dentro de mim por uma certa pessoa. Vale lembrar que quero ter a amizade da galera de pub de uma forma diferente.
O que resta? Somente meu eu interior. Foi aí que eu descobri o quanto eu sou chato, bicho! Era inevitável eu não utilizar de artimanhas e armadilhas pra conquistar as pessoas no meu momento de carência. Era necessário maquiar esse mala aqui. Às vezes é desolador ficar sozinho comigo mesmo. Ainda bem que tu ainda gosta de os Simpsons e Baton.

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