4.7.08

O Importantíssimo

Às vezes me pergunto se os meus desejos são frutos de uma mente imatura. Caso afirmativo, todas as outras pessoas que mandam eu desejar algo mais realista e concreto estariam corretas. Will faça concurso. Will siga Administração. Will trabalhe duro. Will faça isto. Pior que de tanto a galera repetir, há momentos em que passo a acreditar piamente nessas coisas. Ainda bem que são momentos curtos, e num deles eu estava conversando com Poly, uma amiga de infância que não bato um bom papo há anos.
Polyane tem 16 anos e é uma líder nata. Definitivamente, nasceu pra liderar pessoas ou qualquer coisa que precise ser gerida. O poder de persuasão que essa garota tinha com as crianças da rua naquela época era incrível, pois todas as brincadeiras, músicas, decisões, etc, eram influenciadas por ela. Eu e meu amigo até a chamávamos de "rei moma" e o restante das pessoas de "seus discípulos" (me incluindo nessa). Era incrível como conseguia juntar e afastar todo mundo. Pra ter uma idéia, todos se distanciaram quando ela se mudou pra outro bairro. Enfim, uma pessoa que possui todas as habilidades que um Administrador precisa. E em um surto de maturidade, racionalidade e segurança, disse isso pra ela. No entanto, fiquei pasmo com o que me respondeu. Ela disse que não queria fazer faculdade, porque ia dedicar seu tempo às Testemunhas de Jeová. Sério? Isso soou estranho pra mim, pois naquele momento, ainda sob o efeito do veneno da maturidade, eu achava que o único caminho seguro era o caminho aparentemente mais seguro. Aquele do trabalho, concurso, administração, lembra? Trabalhar dedicadamente em pró de uma doutrina religiosa pode não ser importante pra mim, mas era fundamental pra ela, e é o que a deixará feliz. Ahm.. Então concluo que o que é importante pra mim, pode não ser importante pra Poly, e muito menos pra os outros mortais.
Aí eu pulo pra hoje, quando vejo no chão do terraço a minha edição da SUPER INTERESSANTE que estava atrasada há mais de um mês. Já que não tinha recebido até então, eu poderia optar por adicionar mais um exemplar no final do contrato, mas essa falava sobre Freud, e nem que eu ligasse pra lá 1111111 vezes eu receberia. Enfim, estava irritado com o atraso quando a apanhei no chão. Ao abrir a embalagem vi uma propaganda perfeita do Keep Walker, aí eu pensei: porra, porque eu adoro tanto publicidade? Com isso eu fiz um link com a conversa de Poly e pensei de novo: Publicidade, sabe por que eu vou te fazê? Simplesmente porque eu sou a-p-a-i-x-o-n-a-d-o por você!

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