7.6.08

Não sou um drogado

Eu assisti a uma palestra de um dos traficantes mais procurados da década de 80 aqui em Pernambuco. Já foi preso 60 vezes e entrou no mundo das drogas aos nove anos, começando pela cola e prosseguindo com a maconha, comprimidos e o pico (um intorpecente injetável e considerado o mais devastador). Chegou a espancar toda sua família e roubar os móveis da casa, além de carros e pessoas na rua. Quando foi expulso de casa, se consolidou na favela do Coque e se tornou uma peça importante no tráfico da região. Todas essas ações lhe deram repercussão nacional, que o fizeram sair em matérias semanais em jornais de grande circulação, inclusive na Revista Veja. Não possui as veias do braço e ficou com sequelas nas pernas pelo efeito das drogas. Chegou a levar dois tiros de fuzil durante um tiroteio de quarenta minutos com policiais, mas foi no roubo de uma casa que ele foi preso, e sua mulher e amigo mortos.
Recebendo ajuda de duas senhoras de uma ONG, se regenerou, casou, teve filho e hoje trabalha no Presídio Aníbal Bruno e é resposável por aquela ONG.
Por causa dessa vasta experiência, ele pode demonstrar o comportamento de um jovem drogado. Quando se passa por essa situação ficamos distantes da família, amigos e das outras instituições sociais, pois o único foco é "a viagem". Então percebi que eu já agi desse modo durante a adolescência, mas não foi por causa das drogas. Aí me pergunto se minha mãe chegou a pensar que era um drogado... Será? Que ruim a hipótese de ter dado essa preocupação e ela.

Um comentário:

Tiago Fagner disse...

Unh vamos debater esse assunto enh.